Governador do Missouri nega clemência para homem que pode ser executado na terça-feira

O governador do Missouri, Mike Parson, recusou na segunda-feira a clemência para um homem que enfrenta a execução na noite de terça-feira por matar dois carcereiros em um esforço malfadado para libertar outra pessoa de uma prisão do condado.

Michael Tisius, 42, seria a terceira pessoa no Missouri, e a 12ª pessoa nacionalmente, a ser executada em 2023. Ele é acusado de matar os policiais Leon Egley e Jason Acton em junho de 2000.

"É desprezível que dois funcionários públicos dedicados tenham sido assassinados em uma tentativa fracassada de ajudar outro criminoso a fugir da lei", disse Parson, um republicano, em um comunicado. "O estado de Missouri executará as sentenças do Sr. Tisius de acordo com a ordem do Tribunal e fará justiça."

Tisius tem pelo menos um recurso judicial pendente. Seus apelos e seu pedido de clemência se concentraram em várias questões. Entre eles: Tisius tinha apenas 19 anos na época dos assassinatos; ele havia sido negligenciado quando criança; e um jurado em sua nova sentença em 2010 pode ter sido analfabeto - em violação da lei do Missouri.

A Suprema Corte dos EUA se recusou na segunda-feira a interromper a execução com base na idade de Tisius quando o crime ocorreu. Na semana passada, um juiz federal suspendeu a execução alegando que um jurado era analfabeto, mas um painel de apelações restabeleceu a decisão. A Suprema Corte ainda não se pronunciou sobre essa questão.

Elizabeth Unger Carlyle, advogada de Tisius, disse que os altos e baixos das apelações estão cobrando seu preço.

"Acho que ele está, francamente, em uma montanha-russa emocional", disse Carlyle. "Ele está muito ansioso. Não quer morrer. Acho que está zangado e assustado."

Uma decisão da Suprema Corte de 2005 proíbe as execuções de menores de 18 anos na época do crime. Mas Carlyle disse que "a ciência emergente mais informações sobre o próprio cérebro do Sr. Tisius ditam que eles devem agora mudar essa regra para se aplicar ao Sr. Tisius".

Um processo judicial do gabinete do procurador-geral do Missouri observou que tanto o júri do julgamento original quanto o júri da nova sentença consideraram a idade e a saúde mental de Tisius, "ainda assim, ambos os júris decidiram impor a pena de morte". A Suprema Corte rejeitou o recurso sem comentários.

Os defensores de Tisius dizem que ele foi amplamente negligenciado quando criança e era um sem-teto no início da adolescência. Em 1999, aos 18 anos, ele foi preso sob a acusação de contravenção por penhorar um sistema de som alugado.

Em junho de 2000, Tisius foi alojado na pequena Randolph County Jail em Huntsville com Roy Vance. Tisius estava prestes a ser libertado e os registros do tribunal mostram que os homens discutiram um plano no qual Tisius ajudaria Vance a escapar.

Pouco depois da meia-noite de 22 de junho, Tisius foi para a prisão acompanhado pela namorada de Vance, Tracie Bulington. Eles disseram a Egley e Acton que estavam entregando cigarros para Vance. Os carcereiros não sabiam que Tisius tinha uma pistola.

No julgamento, Bulington testemunhou que ela olhou para cima e viu Tisius com a arma apontada, então observou enquanto ele atirava e matava Acton. Quando Egley se aproximou, Tisius atirou nele também. Ambos os policiais estavam desarmados.

Tisius encontrou as chaves na área de despacho e tentou abrir a cela de Vance, mas não conseguiu. Quando Egley agarrou a perna de Bulington, Tisius atirou nele várias vezes.

Tisius e Bulington fugiram, mas seu carro quebrou no Kansas. Eles foram presos em Wathena, Kansas, cerca de 130 milhas (209 quilômetros) a oeste de Huntsville. Tisius confessou os crimes.

Bulington e Vance estão cumprindo sentenças de prisão perpétua.

Os advogados de defesa argumentaram que as mortes não foram premeditadas. Tisius, disseram eles, pretendia mandar os carcereiros para uma cela e libertar Vance e outros presos. A equipe de defesa de Tisius divulgou um vídeo na semana passada no qual Vance disse que planejou a tentativa de fuga e manipulou Tisius para participar.

As pessoas executadas no Missouri este ano incluíram Amber McLaughlin, que matou uma mulher e jogou o corpo perto do rio Mississippi em St. Louis. Acredita-se que a execução seja a primeira de uma mulher transgênero nos Estados Unidos

Raheem Taylor, 58, foi condenado à morte em fevereiro por matar sua namorada e seus três filhos em 2004 no condado de St. Louis.